O jantar do Seu Manoj



No centro de Rishikesh, bem perto da ponte que liga os dois lados da cidade, fica a lojinha do Seu Manoj. Lá a gente encontra esculturas de deuses do hinduísmo, japamalas e o dono do melhor abraço do mundo. Pelo menos, é  assim que Seu Manoj é descrito por todos aqueles que o conhecem. 

Pra minha sorte, vários brasileiros que encontrei eram próximos ao Seu Manoj e estavam organizando um jantar na casa dele. Na verdade, os brasileiros estavam apenas fechando a data, porque todo o resto seria feito pela família indiana – que não aceitou nenhum centavo como contribuição, diga-se de passagem. 

E foi assim que na minha última noite em Rishikesh, fui recebida na casa de uma típica família indiana. Eu e mais uns 30 brasileiros. A casa era bem simples, pequena, e na sala havia dois sofás, uma mesa de centro e uma cama de casal, encostada na parede. Nos ajeitamos e ficamos ali, conversando e esperando o anfitrião conduzir o encontro. A família estava vestida pra uma ocasião especial: Seu Manoj e os filhos pequenos estavam com calça e camisa e as mulheres, sáris. Em meio ao grupo enorme e falante, Seu Manoj permaneceu de pé, calado, observando a sala lotada e com os olhos vivos, cheios de orgulho e felicidade. Era quase palpável o amor que ele emanava pra gente, como se tivesse a família toda reunida em volta dele.

Quando o jantar ficou pronto, Seu Manoj serviu um por um. E continuou ali, olhando pra gente, enquanto elogiávamos a comida. Depois ele nos explicou que a família tinha um casamento na mesma noite e que, por isso, não iriam jantar conosco. Acontece que por um questão de agenda, aquela foi a única data disponível pra família e pro nosso grupo e mesmo com um compromisso tão importante, eles fizeram questão de nos receber. Mas, em momento algum, apressaram nosso jantar. Da cozinha não paravam de chegar pratos e mais pratos com mais comida. E Seu Manoj passou quase uma hora checando se estávamos bem servidos.

Antes de irmos embora, fizemos uma festa pra ele e a família. Cantamos, demos um grande abraço em grupo e tiramos essa foto. Seu Manoj terminou o encontro dizendo que era o nosso pai indiano. E como um pai, se despediu de cada um com um abraço. Era a primeira vez que eu me encontrava com ele. Recebi o mesmo abraço carinhoso dos outros brasileiros (que, de fato, não é um abraço comum), um beijo na testa e a bênção de um homem que é puro amor. 

Depois de passar um mês frequentando os satsangs do Prem Baba – de quem Seu Manoj é amigo – tive a certeza de que encerrei minha temporada em Rishikesh testemunhando o exemplo vivo de tudo o que os líderes espirituais defendem: o amor ao próximo e a alegria em servir. Naquela casa havia  abundância de uma riqueza ainda rara de se ver. Mas o caminho até ela é muito simples e o acesso está disponível pra todos nós.


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