Prepare-se para seguir em frente.

Tarde demais para ser pessimista. A frase surge já nos 15 minutos do 2 tempo do documentário "Home", e foi o suficiente para mudar a minha reação a tudo o que tinha visto antes.

O documentário traça uma linha histórica do desenvolvimento do planeta Terra, do homem e da ação dele ante o nosso planeta. Os homens existem há 200 mil anos, o planeta, há muito mais - não me lembro mais o número, mas é coisa de milhões de anos. E foi justamente o homem que interrompeu o ciclo de equilíbrio da natureza. Mas isso é o que todo mundo já sabe.

O documentário vai nos colocando questões. Da quantidade total de soja que produzimos no mundo, mísera parte é destinada a alimentação dos seres humanos. O destino de todo o resto é alimentar o gado que vive confinado nos campos onde algum dia houve hectares de árvores e fauna silvestre. O gado também consome milhares de hectares a mais de água do que o que seria usado nas plantações de arroz e outros grãos. Gasta-se também petróleo, o combustível usado para abastecer os caminhões que transportam a ração. O filme não se aproxima de nenhum discurso vegetariano, nada disso. Mas existe lógica em manter um consumo tão alto de carne? Essa pergunta é minha!

Viajamos pelos quatro cantos do planeta. Dubai é uma questão à parte. Não produz nenhum alimento, nenhum tipo de energia. Um lugar que não tem nada natural, mas que depende 100% da natureza. Nos desertos da Arábia Saudita, campos sofisticados de irrigação estão abandonados. Desertos e mais desertos espalhados pelo mundo e o sol mal utilizado. Imagine a potência de energia que poderíamos obter em apenas 1h de captação solar? Em tempos de boom do mercado imobiliário, quantos projetos exploram essa técnica?

Há desperdício por todos os lados. Desigualdade em todo o mundo. Vimos que o Brasil é o país com maior desigualdade social dentro do G20. É a vez da classe c consumir, certo? Mas é a vez dos ricos se distanciarem cada vez mais da classe c também.

Diante de números e imagens tão assustadoras, não pude evitar que uma dose de pessimismo
se aproximasse de mim. Mas então, Glen Close, a narradora do documentário, me faz acordar: é tarde demais pra ser pessimista. E é mesmo. Quando tantas ongs e tantas pessoas lutam pela igualdade, pela solidariedade, a favor da natureza; quando a ciência começa a se voltar para criar soluções ecológicas, menos devastadoras, quando o movimento dos catadores de material reciclável ganha força em tantas cidades; quando o cinema, a tv, rádio e internet propagam mensagens, informações, discursos a favor do consumo consciente, do compartilhar, do acumular menos, quando tudo isso acontece, pode ser pouco, mas o primeiro, o segundo, alguns passos já foram dados. Não há como retornar, só nos resta avançar algumas casas.


Comentários

  1. Também compartilho dessa ideia e desse ideal, por isso estou engajado em fazer minha parte para um mundo melhor pra todos e que os seres humanos sejam melhores em relação ao nosso mundo.

    ResponderExcluir

Postar um comentário